O setor de transporte rodoviário de carga começa a dar sinais de recuperação no Brasil. Após forte queda da atividade em março e abril, por causa da pandemia do novo coronavírus, empresas do segmento perceberam alta nas operações de frete. E, embora o mês ainda não tenha terminado, junho indica que essa tendência irá se consolidar.
No mês passado, houve crescimento de 33% nas operações de frete na plataforma online FreteBras, por exemplo. E, nos 20 primeiros dias de junho, a empresa registrou avanço de 24% em relação os resultados do mês de maio inteiro.
No acumulado de janeiro a abril, houve retração de 12% na oferta de fretes dos usuários da FreteBras em relação aos quatro primeiros meses de 2019. A maior queda, de 43%, ocorreu em abril.
Alta é puxada pelo agronegócio
A flexibilização da quarentena é apontado como fator determinante para alta registrada em maio e junho. A informação é do diretor de operações da FreteBras Bruno Hacad. Ele diz que a a recuperação se deve sobretudo ao agronegócio.
“Apesar da queda em ramos específicos, como o de produtos industrializados, o agronegócio, impulsionado por safras recordes, continua em alta. Essa atividade tende a puxar a curva ascendente nos próximos meses”, diz Hacad.
O levantamento é baseado na oferta de 400 mil fretes publicados mensalmente na plataforma online.
Estudo da NTC&Logística confirma recuperação
Dados apurados pela NTC&Logística também apontam para a recuperação do setor de transportes. O estudo, feito entre os dias 15 e 21 de junho, retração de 35,9% no volume de carga transportada no Brasil.
Embora o número seja negativo em relação ao mesmo período de 2019, é melhor que a queda de 45% apurada no intervalo entre os dias 20 e 26 de abril. Os números foram divulgados na quarta-feira (24).
No levantamento de abril, todos os Estados estava cumprindo regras mais rígidas de isolamento. Trata-se do sétimo levantamento feito pela NTC&Logística sobre o impacto do novo coronavírus no setor de transporte rodoviário de carga.
O primeiro estudo refere-se à semana de 16 a 23 de março. Na época, a queda registrada na atividade foi de 26%. O levantamento é feito com base em dados fornecidos por 600 empresas de transportes ligadas à NTC.
Volume de transporte varia conforme o setor
De acordo com o estudo da FreteBras, os números variam conforme o segmento. “Os fretes para o setor de agronegócio cresceram 10% no início deste ano em relação ao fim do ano passado”, diz o diretor da empresa. De acordo com ele, a safra recorde de soja e milho foram protagonistas.
A oferta de frete para produtos industrializados caiu 20% nos quatro primeiros meses do ano ante o mesmo período de 2019. As áreas de papel e celulose e máquinas e equipamentos foram as responsáveis pela retração. E reflete a queda na demanda por bens de produção.