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Carga de 5,7 toneladas de explosivos foi roubada há duas semanas
07/01/2019 09:44 em Novidades

Ao estourarem a coluna do viaduto da BR-020, que comprometeu a estrutura e disparou a série de atentados de ontem na Capital e Região Metropolitana, os criminosos teriam mostrado só uma parte do poder de fogo à disposição deles. Na investigação dos episódios de ontem, Motorista FM apurou que foi recuperada pelos agentes de segurança a história do roubo de um caminhão-baú, ocorrido dias antes do Natal, nas proximidades da BR-116, em Aquiraz. Do veículo, foram levadas pelo menos 5,7 toneladas de explosivos, de diversos tipos, e materiais usados para a detonação.

O caso foi no dia 20 do mês passado. A quantidade roubada de explosivos do caminhão é dez vezes maior que a utilizada em junho de 2011 para demolir um lance de 130 metros da arquibancada do estádio Castelão, posta abaixo nas obras de reforma para a Copa do Mundo de 2014. À época, foram usados 500 kg no serviço de implosão. Além de massa explosiva e bananas de dinamites, os quatro homens que interceptaram o caminhão também se apossaram de 3 mil metros de cordel detonante e 430 peças de detonadores não elétricos.

Há um Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC). Motorista FM teve acesso a uma cópia do documento. No dia do roubo, por volta de 13h30min, o motorista contou ter parado o caminhão na Estrada da Colina, ao lado da rodovia federal. Quis comprar cigarro e água e foi ligar para a pessoa que receberia o carregamento. Não sabia que já estava sendo seguido pelos quatro assaltantes num Corsa. A dinamite iria para o paiol de uma pedreira próxima dali.

 

O caminhão é de uma empresa de fretes e havia sido carregado em Caucaia. O guiador chegou a ser refém por cerca de uma hora. Esteve sempre com um pano cobrindo o rosto. Não conseguiu identificar o itinerário feito nem os assaltantes. Foi abandonado ainda perto da BR-116, numa estrada de terra no bairro Gereraú, em Itaitinga. O caminhão foi largado em Maracanaú.

 

Motorista FM tentou falar ontem à noite, por telefone, com os delegados Ricardo Romagnoli, de Roubos e Furtos (DRF), e Diego Barreto, da DRFVC, que estariam na investigação da ocorrência. As ligações não foram atendidas. Nas mãos das organizações criminosas, os explosivos são repartidos, quase sempre, para detonar agências bancárias. Até então, em nenhum ciclo de ataques de facções, desde 2014, havia sido usado explosivo para destruir equipamento público. É o que assusta autoridades de segurança envolvidas na investigação de ontem.

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