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Usuários do transporte coletivo de Santos criticam serviço e consideram aumento 'absurdo'
14/01/2019 08:10 em Novidades

O valor da tarifa do transporte coletivo de Santos, no litoral de São Paulo, subiu de R$ 4,05 para R$ 4,30 neste domingo (13). A prefeitura da cidade anunciou o reajuste durante a semana e o G1 foi ouvir o que os usuários do serviço acham do novo valor da tarifa. Muitos reclamam dos aparelhos de ar-condicionados, pontos de ônibus sem cobertura, pouca oferta de linhas e outros problemas.

 

A prefeitura justificou o aumento dizendo que o contrato de permissão do transporte coletivo prevê o reajuste anual. De acordo com a empresa que oferece o serviço, vários fatores contribuíram para a definição do valor: os sucessivos aumentos do combustível; a elevação de outros insumos (pneus e peças) que compõem o custo da tarifa; os gastos com a folha de pagamento e benefícios dos funcionários da permissionária e, também, a queda no número de passageiros transportados.

 

Os passageiros, por outro lado, não estão satisfeitos com o serviço oferecido. A jovem Thais Faria, por exemplo, trabalha como balconista e usa o transporte municipal diariamente para ir e voltar do trabalho. Para ela, muita coisa precisa melhorar para que o aumento seja realmente justificável, atendendo as expectativas dos usuários.

 

"É um absurdo. Pegamos ônibus todo dia e é um massacre. Estão superlotados. Muitas vezes ficamos no ponto esperando embaixo do sol escaldante, não tem cobertura em muitos pontos. É um absurdo o que está sendo cobrado, não tem higiene também", reclama. Ela ainda ressalta que os ônibus municipais não estão fazendo longos percursos. "Santos é uma cidade pequena, não é como São Paulo para cobrar esse valor. Os trajetos são curtos e não justifica", finaliza.

 

A diarista Gilvacir Farias também utiliza o transporte diariamente para trabalhar. Ela também reclamou do curto trajeto das linhas, que não condizem com o preço cobrado. "Os ônibus demoram muito e os lugares são muito próximos. Não está justo. Muitas vezes pegamos ônibus que tem ar-condicionado e parece que não está ligado. É um calor insuportável e tudo fechado. E o ônibus está vazio", reclama.

A recepcionista Fabiana Dantas também acredita que o principal ponto de melhoria no transporte municipal seria a maior frota de ônibus nos horários de pico. Ela também acha a nova tarifa injusta. "Não é justo porque o serviço não é bom. É lotado, tem cadeira quebrada. O ônibus demora para chegar, fora a fila gigantesca no terminal e vem o ônibus pequeno. Não comporta", diz.

 

Em nota, a prefeitura justificou que, à respeito das reclamações sobre o curto trajeto dos ônibus, o sistema de transporte convencional transporta mais de 100 mil passageiros/dia, com a frota fazendo cerca de 5 mil viagens diariamente. No total, todos os dias, para atender os usuários nos mais diferentes percursos, os coletivos rodam 51,8 km.

 

Sobre a maior oferta de linhas nos horários de pico, a administração explicou que, diariamente, toda a frota operacional entra em circulação nos horários de pico (manhã e noite) e o intervalo médio de partidas gira em torno de nove minutos. O desafio enfrentado é encontrar o equilíbrio entre os períodos de pico e de baixa demanda de passageiros.

 

A administração também explicou que a cidade é pioneira na implantação de ar-condicionado no sistema de transporte público básico. A climatização dos coletivos já abrange 75% da frota operacional de 273 veículos e a meta do governo municipal é chegar a 100% no próximo ano.

 

A higienização dos carros, reclamação da balconista Thais, é diária e é fiscalizada pela CET permanentemente. Qualquer reclamação, o usuário pode encaminhar ao Serviço de Atendimento ao Cidadão, pelo 0800-7719194, informando data, horário e prefixo do carro.

 

Quanto aos abrigos sem cobertura, a prefeitura informou que há locais em que não é possível a instalação da estrutura, por razões técnicas, como as dimensões das calçadas.

 

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