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Portolão começa pelo Porto de Santos e Presiente é preso
07/11/2018 09:32 em Novidades

O procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, inicia uma faxina que há muito se esperava fosse feita no Porto de Santos e, por consequência, deve se estender aos demais portos do Brasil. Com as prisões do diretor-presidente, José Alex Botelho de Oliva, do diretor de Relações com o Mercado e Comunidade, Cleveland Sampaio Lofrano, e do superintendente jurídico, Gabriel Nogueira Eufrásio, para preservar provas na apuração de fraudes em contratos firmados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), ficam sob suspeição todos os atos adotados por esses envolvidos. Para remediar o problema dos vazios dos cargos, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA) colocou brasa na fogueira ao indicar para a vaga de Cleveland, em diretoria na qual se deram os problemas, José Alfredo de Albuquerque e Silva, ex-presidente do Conselho de Administração (Consad), órgão que aprova e fiscaliza os atos da diretoria sob suspeita. Por ter ocupado esse cargo, Silva também não seria uma ameaça à integridade e segurança dos arquivos que possuem as provas necessárias?

Decerto que as razões que motivaram o Consad a exonerar sumariamente os diretores e superintendente detidos pela Polícia Federal para investigação deveriam, também, valer para o seu ex-presidente Albuquerque e Silva e demais membros do Conselho. Pois, não é demais repetir, cabe ao Conselho fiscalizar a gestão e quaisquer outros atos dos diretores, a qualquer tempo. Portanto, e por fazer parte da estrutura que está sendo investigada, a indicação do presidente do Consad para substituir um dos diretores exonerados afronta a Justiça. Juntos, esse tipo de problema estrutural e solução atabalhoada concorrem para tornar mais emergencial uma saída não política para os portos brasileiros. Todavia, também facilitam o caminho de propostas privatistas, que permitem a captura do Estado pelo privado. Nessa conjuntura, é no quadro de carreira que se deve buscar as competências do Porto de Santos para garantir o seu funcionamento ágil e republicano.

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